Carlos Mesa, o principal candidato oposicionista neoliberal derrotado nas eleições presidenciais de domingo (20), declarou que não reconhecerá a vitória do presidente Evo Morales, que cumprirá um quarto mandato, e deu a senha para que se realizem atos que causam distúrbios no país.
"Não vamos reconhecer estes resultados, que são parte de uma fraude consumada de maneira vergonhosa e que está colocando a sociedade boliviana em uma situação de tensão desnecessária", declarou Mesa a meios de comunicação de Santa Cruz, no leste do país - informa a AFP.
Milhares de pessoas ocuparam as ruas de diversas cidades da Bolívia na noite desta segunda-feira (21) para protestar contra uma suposta fraude na apuração das eleições de domingo.
Um grupo enfurecido incendiou a fachada da sede do tribunal eleitoral da cidade de Sucre, 700 km a sudeste de La Paz, em meio aos gritos de "fraude!", fazendo a polícia de choque recuar.
Os manifestantes ocuparam o acesso ao tribunal eleitoral, revelou o site do jornal Correo del Sur, de Sucre.
Em Oruro (sul), centenas de jovens tentaram ocupar a sede do tribunal eleitoral, mas foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo pela polícia de choque, segundo o portal Doble Impacto.
Em Cochabamba (centro), manifestantes romperam o perímetro de isolamento do local da apuração, mas foram finalmente contidos pela polícia, revelou o jornal Opinión.
Em La Paz, grupos de opositores protestavam nas ruas e acusavam o tribunal eleitoral de fraudar a apuração para beneficiar Morales, enquanto partidários do presidente comemoravam sua reeleição no primeiro turno.
Os protestos começaram em Potosi (sudeste), onde o Tribunal Departamental decidiu suspender a apuração de votos, mas em seguida os manifestantes ocuparam as ruas de Santa Cruz (leste), tradicional feudo da oposição, e de La Paz.
O governo do presidente Evo Morales não deixou sem resposta política. O ministro de Governo, Carlos Romero, assegurou em mensagem pela televisão que o candidato opositor Carlos Mesa é um dos que conclamam à violência e terá que assumir a responsabilidade por seus atos, informa a Telesur.
Fonte: BRASIL 247