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"22 de Julho" uma história real de superação vencendo o ódio e a intolerância racial

domingo, 5 de julho de 2020 | 17:21 WIB Last Updated 2020-07-06T00:21:17Z
Produção é baseada no maior ataque terrorista da Noruega, ocorrido em 2011 (Fotos: Netflix/Divulgação)

Maristela Bretas


Triste, revoltante e envolvente. Este é "22 de Julho" ("22 July"), produção de 2018 da Netflix feita a partir do maior atentado terrorista ocorrido na Noruega em 2011. No massacre, 77 pessoas foram mortas e mais de 200 feridas em dois ataques - um a bomba na sede do governo em Oslo, e outro a tiros contra um grupo de jovens num acampamento na ilha de Utoya. Ambos feitos por um fanático de extrema-direita, contrário à política de igualdade social do governo.


Baseado no livro "Um de Nós: A História de um Massacre na Noruega e suas Consequências", de Asne Seierstad, "22 de Julho" recebeu a excelente direção do indicado ao Oscar Paul Greengrass ("Capitão Phillips"- 2013, "Voo United 93"- 2006). O filme parte da experiência real - física e emocional - vivida por um dos sobreviventes, sua luta para superar as sequelas do trauma sofrido e a busca por justiça contra o autor do massacre.


Viljar Hanssen (interpretado por Jonas Strand Gravli, da série "Ragnarok", também da Netflix) é um estudante de 18 anos que estava na ilha com o irmão e levou cinco tiros do terrorista. A partir dos atentados, a produção mostra sua longa trajetória de recuperação até o reencontro no tribunal com o autor do massacre, Anders Behring Breivik (vivido por Anders Danielsen Lie), um norueguês com ideais fundamentalistas cristãos e anti-islâmicos.


Segundo declarações do terrorista apresentadas no filme, ele escolheu os alvos por considerá-los "marxistas", jovens da elite que faziam parte da Liga da Juventude. O movimento estudantil era ligado ao Partido Trabalhista, que governava a Noruega e tinha uma política de acolhimento de imigrantes. Breivik não concordava com isso e considerava tudo uma conspiração para destruir os valores da sociedade.

O verdadeiro Anders Breivik e o ator Anders Danielsen Lie,
que o interpreta no filme (Reprodução Internet)

Paul Greengrass é bem meticuloso, assim como o terrorista, contando cada detalhe da preparação dos atentados até o ataque. Tudo começa com explosão da bomba na sede administrativa do Governo, no centro da capital Oslo. Na sequência, o assassino, disfarçado de policial, segue para a ilha de Utoya onde mata dezenas de jovens com tiros de metralhadora. O estudante Viljar está com o irmão mais novo e alguns amigos participando do acampamento e se torna um dos alvos durante a fuga.


As cenas da caçada aos jovens e do massacre são bem violentas e causam revolta com o desprezo de Breivik pela vida humana. Ele é frio, sádico e tem plena consciência do que está fazendo. Durante todo o processo tenta manipular a opinião pública e até mesmo seu advogado de defesa, em favor de sua causa extremista.

O diretor também aproveitou bem as belezas naturais da Noruega, como as florestas bem verdes da região onde o terrorista morava e a mata da ilha de Utoya, palco do maior massacre. As montanhas cobertas de neve no inverno foram o fundo escolhido para a solidão de Viljar.


"22 de Julho" é uma produção feita pelos EUA, Noruega e Islândia e foi rodada no idioma inglês, apesar de todos os atores serem noruegueses, a maioria desconhecidos, mas que cumpriram bem seus papéis. O longa serve de alerta para o crescimento, em todas as partes do mundo, dos movimentos radicais extremistas, que pregam a intolerância racial, o nazismo, o fascismo e a violência, especialmente contra as mulheres. Vale a pena ser conferido.

Outra produção

Também em 2018 foi lançada outra produção sobre o mesmo tema, desta vez totalmente norueguesa, "Utoya: 22 de Julho", dirigida por Erik Poppe. A história é encenada num único plano sequência, pelo ponto de vista da personagem Kaja (interpretada por Andrea Berntzen), que brincava com a irmã minutos antes do ataque ao acampamento na ilha de Utoya. Mas por ter escolhido essa opção de filmagem, o diretor deixa de lado explicações importantes sobre o atentado, tornando a produção bem fraca em conteúdo.


Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Paul Greengrass
Exibição: Netflix
Duração: 2h24
Classificação: 16 anos
Gêneros: Ação / Drama
Países: Noruega / EUA / Islândia
Nota: 4 (0 a 5)

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