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Dino bloqueia repasse de emendas parlamentares para duas ONGs

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025 | 09:22 WIB Last Updated 2025-02-03T17:22:54Z
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Via @portalg1 | O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), bloqueou nesta segunda-feira (3) o pagamento de emendas parlamentares destinadas a duas entidades que não cumpriram critério de transparência. São elas: Associação Moria e Programando o Futuro.

Segundo o despacho do ministro, a decisão se deu por causa do fim do prazo estabelecido para manifestação. Dessa forma, ficam impedidos novos repasses de dinheiro público a essas entidades.

Dino ainda deu cinco dias para que a Controladoria-Geral da União (CGU) se manifeste sobre o cumprimento dos critérios de transparência, e 10 dias às entidades que apresentaram informações incompletas para que atualizem os dados sobre os valores recebidos.

O bloqueio ocorre em meio ao discurso do novo presidente da Câmara, Hugo Motta, que, ao ser eleito neste sábado (1º), destacou a importância de um "Parlamento forte" e do repasse das emendas parlamentares – tema que deve gerar disputas, mais uma vez, em 2025.

🔎As emendas parlamentares são uma reserva dentro do Orçamento usadas conforme indicação de deputados e senadores. É esse o dinheiro enviado pelos parlamentares às suas bases eleitorais.

Atualização dos Planos de Trabalho

Na mesma decisão desta segunda, o ministro Flávio Dino reforçou o entendimento sobre atualização e divulgação dos Planos de Trabalho de entidades beneficiárias de emendas PIX.

"A despeito dos avanços quanto ao cumprimento da obrigatoriedade de apresentação dos planos de trabalho relativos às 'emendas PIX', é imprescindível que todos os planos de trabalho sejam inseridos na Plataforma Transferegov.br e devidamente aprovados", menciona o despacho.

"Conforme o diagnóstico apresentado pelo TCU, 1.080 planos (19,33%) ainda aguardavam elaboração, 84 transferências (1,50%) estavam em ajuste do plano e 242 (4,33%) estavam em elaboração, em 09/12/2024", prossegue a decisão do ministro.

🔎 As emendas individuais de transferência especial, ou "emendas PIX" : cada parlamentar tem uma cota anual para essas indicações – que chegam à ponta sem assinatura e sem destino definido.

Uma outra cobrança de Dino é por contas específicas de emendas na área de saúde. Nesse sentido, o ministro oficiou o Ministério da Gestão e Inovação para que apresente a atualização da implementação dos dados para o sistema "transfere.gov.br", parra onde antes as emendas de saúde não iam.

Entenda a suspensão

No dia 3 de janeiro, Dino determinou a suspensão dos pagamentos destinados por emendas parlamentares para 13 ONGs que não cumprem critérios de transparência.

A decisão do ministro ocorreu após a CGU afirmar, em relatório, que metade das 26 entidades fiscalizadas não tem mecanismos adequados para acompanhamento da aplicação dos recursos.

Na ocasião, o ministro também determinou:

• a realização de auditoria da CGU nas 13 ONGs que não seguem os critérios de transparência; e estabelece prazo de 60 dias para apresentação de um relatório sobre o tema;

• a intimação das outras 9 entidades que não atendem aos critérios completamente para que cumpram a determinação de transparência no prazo de 10 dias; e

• o cadastramento dessas ONGs nos sistemas de Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e na lista de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (CEPIM).

R$ 7 bilhões bloqueados

No ano passado, Dino já havia bloqueado a execução de quase R$ 7 bilhões em emendas parlamentares.

O valor inclui R$ 4,2 bilhões em emendas da Câmara e R$ 2,7 bilhões do Senado. Dino avaliou que os pagamentos não estavam obedecendo critérios de transparência.

Para deputados e senadores, as emendas desempenham papel crucial em sua estratégia políticas. São elas que permitem que patrocinem obras e projetos em seus estados.

Os parlamentares também não querem modificações no modelo de pagamento e de transparência, considerado adequado para seus propósitos.

No sistema atual, o STF considerou que não é possível rastrear qual parlamentar está enviando o dinheiro para qual projeto.

Como mostrou o g1, o dinheiro seria destinado para compra de caixas d'água, lanchas, construção de campos de futebol e outros.

Por Valdo Cruz, Daniela Lima, Mariana Laboissière, g1 e GloboNews — Brasília
Fonte: g1

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